Jean Baptiste Willermoz, nasceu
em Lyon em 10/07/1730, era filho de Claude e Caterin Willermoz, comerciante da
cidade. Devido às necessidades da família foi obrigado a deixar os estudos aos
12 anos de idade para ajudar seu pai nos negócios, três anos mais tarde
ingressou como aprendiz numa loja especializada no comércio de sedas.
Tendo aprendido a profissão,
instalou-se, aos 24 anos, por conta própria produzindo o comercializando sedas.
Havia sido iniciado na Maçonaria aos 20 anos de idade, dois anos depois já era
Venerável da Loja, no ano seguinte, 1753, fundou sua própria Loja Maçônica, A
PERFEITA AMIZADE, a qual teve um rápido desenvolvimento realizando estudos
ocultistas, principalmente a alquimia.
Willermoz permaneceu Venerável dessa
Loja durante 8 anos, dedicava parte de seus recursos às obras de caridade junto
à comunidade, para o profano, era tido como um homem sério, honesto,
enriquecido pelo trabalho com o comércio de sedas, cristão e freqüentador da
Igreja; pelos seus discípulos era admirado pela sua cordialidade e pela grande
dedicação aos trabalhos maçônicos.
Na própria família, outros
membros se interessaram pelo ocultismo: sua irmã mais velha, Claudine (Madame
Provensal), seus irmãos Antoine e Pierre-Jaques, seu sobrinho Jean Baptiste
Willermoz Neveu.
No meio ocultista era admirado
pela solidez de seus conhecimentos que eram praticados juntamente com um
pequeno grupo de esoteristas, escolhidos criteriosamente no seio da Maçonaria.
Durante sua longa existência,
Willermoz manteve correspondência com os principais ocultistas de sua época:
Martinez de Pasqually, Saint Martin, Joseph de Maistre, Savalette de Lange,
Brunswick, Saint Germain, Cagliostro, Dom Pernety, Salzman e outros ocultistas
alemães, franceses, ingleses, italianos, dinamarqueses, suecos e russos.
Em 21 de novembro de 1756, sua
Loja filiou-se à Grande Loja da França, com a evolução dos trabalhos, Willermoz
fundou uma Obediência, composta por 3 Lojas, tornou-se o primeiro Grão Mestre
da Grande Loja dos Mestres Regulares de Lyon. Em 1760 as 3 Lojas contavam com
62 membros: A PERFEITA AMIZADE: 30 membros, A AMIZADE: 20 mem-bros, OS
VERDADEIROS AMIGOS: 12 membros. Foi eleito presidente da GRANDE LOJA DOS
MESTRES REGULARES de Lyon, em Maio de 1760.
Willermoz elegeu-se Grão Mestre
da Grande Loja de Lyon em 1761 e 1762 mas não aceitou a renovação de seu
mandato em 1763 para que pudesse dedicar-se mais à parte oculta. Em 1763 fundou
juntamente com seu irmão Pierre-Jacques, o Capítulo dos Cavaleiros da Águia
Negra, nele, entraram os irmãos mais instruídos das Lojas de Lyon. As reuniões
eram secretas para evitar a curiosidade dos demais irmãos, a admissão de novos
membros foi fechada, estudavam particularmente o simbolismo e a importância dos
diversos níveis e os catecismos dos diferentes graus e sistemas maçônicos.
Willermoz e seus companheiros não aprovavam os graus de vingança contidos em muitos sistemas maçônicos, com relação aos exterminadores da Ordem do Templo
Os membros do Soberano Capítulo da Águia Negra, estariam ligados aos Iluminados de Avignon, dirigidos por Dom Pernety, este, tinha contato com a Estrita Observância Templária, na Alemanha e provavelmente também com Dom Martinez de Pasqually e por seu intermédio, possivelmente, foi que Willermoz conheceu Pasqually e que se tornou Delegado Geral da EOT para a região de Lyon.
Willermoz e seus companheiros não aprovavam os graus de vingança contidos em muitos sistemas maçônicos, com relação aos exterminadores da Ordem do Templo
Os membros do Soberano Capítulo da Águia Negra, estariam ligados aos Iluminados de Avignon, dirigidos por Dom Pernety, este, tinha contato com a Estrita Observância Templária, na Alemanha e provavelmente também com Dom Martinez de Pasqually e por seu intermédio, possivelmente, foi que Willermoz conheceu Pasqually e que se tornou Delegado Geral da EOT para a região de Lyon.
Com a aprovação da grande loja
da França, os maçons de Lyon desenvolveram seus trabalhos sob o comando de sua
própria Grande Loja, Willermoz deixou o Grão-Mestrado em 1763, tornando-se
simples Guarda-selos e Arquivista, nunca deixou de exercer alguma função na
Maçonaria.
Willermoz acreditava, desde a
sua primeira admissão na Maçonaria, que Ela detinha o conhecimento de um
objetivo possível e capaz de satisfazer o homem honesto. Trabalhando e estudando
por mais de vinte anos, troca de correspondências intensas com os Irmãos mais
instruídos da França e do exterior e os arquivos da Ordem em Lyon,
forneceram-lhe os meios para encontrar os inúmeros sistemas, alguns mais
singulares que os outros.
Willermoz era em primeiro
lugar, um discípulo esforçado e dedicado aos estudos, em segundo, foi um grande
organizador de sistemas iniciáticos, grande pesquisador, ativo e prático; pela
relação com Dom Pernety, deu uma identidade alquímica ao seu sistema maçônico
cujo objetivo era alcançar a iluminação e realizar a Grande Obra.
Em uma viagem à Paris, em maio de 1767, encontrou Bacon de la
Chevalerie, substituto da Ordem dos Elus-Cohens do Universo, no Grão Mestrado,
foi nessa oportunidade que constatou pela primeira vez com a doutrina de
Martinez de Pasqually. Tinha 37 anos de idade quando foi iniciado por Pasqually
na Ordem dos Elus Cohens, em cerimônia realizada em Versailles, proximidades de
Paris.
Bacon colocou Willermoz em
contato também com outros irmãos, juntamente com seu irmão Pierre Jacques,
entraram na nova Sociedade, cujo chefe era Pasqually, um dos sete chefes
soberanos universais da Ordem, como ele próprio se apresentava. Iniciado há 18
anos na Maçonaria e possuidor de todos os seus graus, compreendeu que até
aquele momento nada sabia da Maçonaria essencial e que havia um vasto campo de
conhecimentos a percorrer.
Pasqually concedeu-lhe o
direito de estabelecer uma Grande Loja do novo rito em Lyon e deu-lhe o título
de Inspetor Geral do Oriente em Lyon e fez com que entrasse como membro não
residente do Tribunal Soberano de Paris. Em 13 de março de 1768, Bacon de la
Chevalerie ordena Willermoz no Grau Rosa Cruz.
Desde 1768 Willermoz mantinha
correspondência com Saint Martin, na época secretário de Pasqually, formou-se
entre ambos uma forte amizade, estavam em início de carreira iniciática e ainda
bastante imaturos na Iniciação Real.
Através de Saint Martin,
Willermoz em julho de 1770, Pasqually falou-lhe de seus mestres, sendo ele
próprio apenas um intérprete, possuidor do terceiro grau de uma Ordem
originária dos Lendários Rosa Cruzes.
A idéia de Willermoz de adaptar
o sistema da Ordem dos Elus Cohens do Universo, de Pasqually, dentro da
Maçonaria, não era tarefa fácil. O sistema maçônico representa a Iniciação
Primitiva e é tão antigo como a própria raça humana. Sua ritualística está
inserida dentro de um contexto histórico, simbólico e iniciático.
Willermoz procurava obter por
carta, maiores esclarecimentos acerca dos problemas que iam surgindo no
transcorrer de sua jornada iniciática. Os resultados positivos da iniciação não
apareciam tão rapidamente como os discípulos desejavam, era necessário muito
trabalho como em qualquer sistema de iniciação, para que surgisse alguma
manifestação de aprimoramento espiritual.
Difícil era encontrar adeptos capazes de professar uma Maçonaria espiritualista, havia homens dispostos a praticar a Maçonaria Ocultista tanto em Lyon, como em Metz, em Estrasburgo, em Paris, em Versailles; Willermoz mantinha contato com todos esses grupos de maçons.
Difícil era encontrar adeptos capazes de professar uma Maçonaria espiritualista, havia homens dispostos a praticar a Maçonaria Ocultista tanto em Lyon, como em Metz, em Estrasburgo, em Paris, em Versailles; Willermoz mantinha contato com todos esses grupos de maçons.
Os contatos com os grupos de
maçons da Alemanha foram intensos a partir de 1772. Através do Venerável da
Loja A Virtude, de Metz: Meunier de Précourt, Willermoz ficou sabendo da
sobrevivência da Ordem do Templo na Alemanha através dos Cavaleiros Teutônicos
que era a herança externa e dos Rosa-Cruzes, o legado interno.
Em 1772, Willermoz recebeu uma
carta da Loja La Candeur, de Estrasburgo, confirmando existir na Alemanha, uma
Obediência Maçônica rica pelo número e pela qualidade de seus membros, fundada
por Superiores Incógnitos e denominada Estrita Observância Templária. Seu Grão
Mestre era o Barão de Hund e o objetivo: a prática das virtudes cristãs e o
desenvolvimento moral e espiritual de seus membros.
Tratava-se de uma Maçonaria
Templária e Ocultista, seus membros estudavam a Cabala, a Alquimia e o
Ocultismo em geral, Willermoz foi conquistado ao tomar conhecimento dos
objetivos altruísticos e da seriedade dos seus trabalhos.
Em junho de 1772, a EOT
tornou-se Lojas Reunidas Escocesas e o Barão de Hund foi substituído pelo Duque
Ferdinand de Brunswick.
Em dezembro de 1772, Rodolphe
de Salzmann, Mestre dos Noviços do Diretório de Estrasburgo, chega a Lyon para
fazer a iniciação de Willermoz e de seus companheiros na Sociedade dos
Filósofos Desconhecidos, como Willermoz e Salzmann, ele também era um grande
admirador do sistema maçônico.
Paralelamente, Willermoz e
Saint Martin, que em setembro de 1772 havia se instalado em Lyon, na casa de
Willermoz, trabalhavam juntos para o aperfeiçoamento do sistema maçônico com
base na doutrina e no sistema oriundo da Ordem dos Elus Cohens e dos demais
sistemas existentes que conheciam. Willermoz pretendia através da Maçonaria, a adaptação
dos ensinamentos secretos recebidos de Pasqually.
Saint Martin permaneceu um ano
em Lyon, seguiu depois para sua cidade natal e depois para Paris.
Em carta de dezembro 1772,
Willermoz pedia a sua filiação na EOT, o Barão Weiler respondeu-lhe poucos
meses depois, que nada aceitariam que fosse contrário à sua religião de
nascimento e a seus deveres de cidadãos como fiéis súditos do Rei da França.
Conservaram também a ligação com a Grande Loja da França no que dizia respeito
aos graus simbólicos; a ligação com a Grande Loja da Alemanha foi estabelecida
somente em relação aos altos graus.
Em 1773, o Barão Weiler foi a
Lyon e iniciou Willermoz e seus companheiros na EOT, deixou instalada a Loja
Escocesa Retificada: La Bienfaisance, em condições de desenvolver
independentemente seus trabalhos, isso aconteceu em novembro1773.
Face à decadência da parte
externa da Ordem dos Elus Cohens, ocorrida a partir do ano de 1772, com a
partida de Pasqually para São Domingos, Willermoz encontrou no sistema maçônico
um substituto à altura. Nesse novo sistema, pretendia espargir as luzes recebidas
na senda interior dos Elus Cohens e receber também a manifestação do Agente
Invisível; Willermoz retirou, a partir dessa época, os melhores ensinamentos de
suas operações e a luz começava a brilhar no seio das trevas.
Como a Ordem dos Elus Cohens, a EOT possuía dez graus, sendo: três simbólicos, três intermediários e quatro superiores, esta última classe, de origem templária.
Willermoz obteve a corrente de Jacob Boheme ao ser iniciado por Salzmann e confirmada na linha mais antiga dos Templários, ao associar-se com a EOT.
Como a Ordem dos Elus Cohens, a EOT possuía dez graus, sendo: três simbólicos, três intermediários e quatro superiores, esta última classe, de origem templária.
Willermoz obteve a corrente de Jacob Boheme ao ser iniciado por Salzmann e confirmada na linha mais antiga dos Templários, ao associar-se com a EOT.
Willermoz recebeu o grau de
Grande Professo no Convento de Gaules, realizado em Lyon entre 25 de novembro a
10 de dezembro 1778, também conseguiu com Salzmann, que se introduzisse após o
sexto grau da EOT, os dois graus denominados: Professo e Grande Professo que
continham a doutrina da Ordem dos Elus Cohens.
A EOT da região de Auvergne
(Lyon) ficou conhecida pelo nome de Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa ou
Maçonaria Retificada. Os graus simbólicos ficaram sendo quatro: Aprendiz,
Companheiro, Mestre e Mestre Escocês; a classe superior ficou denominada:
Cavaleiro Professo e Grande Professo.
Willermoz, tendo conseguido
introduzir no sistema maçônico de Lyon, da EOT, a filiação espiritual e
doutrinária de Pasqually, tentou fazer o mesmo nas outras obediências
maçônicas.
No seu conceito, o RER tinha
por objetivo o estudo das ciências ocultas, pretendia unir o ocultismo com o
cristianismo, estudar o esoterismo do cristianismo, considerar a Cristo, o
Reparador; crê em Cristo porém renega a autoridade do Vaticano, de Catolicismo
de Roma.
No RER seus princípios aparecem
como cristãos, fundamentados nos evangelhos. O Willermosismo tendeu sempre para
o agrupamento das fraternidades iniciáticas, à constituição de coletividades de
iniciados dirigidas por centros ativos religados ao iluminismo.
No convento de Wilhemsbad, em 1782,
Willermoz encontrou o apoio precioso dos dois príncipes dignatários da EOT: os
irmãos: Ferdinand de Brunswick, que presidiu o Convento, e Charles de Hesse,
recebeu a missão de organizar o RER e foi designado Soberano Delegado Geral do
Movimento para a região de Lyon.
Conseguiu também que todos os
irmãos da Ordem Interior recebessem o título de Cavaleiro Benfeitor da Cidade
Santa. E no novo conjunto de graus, no número de sete, continha todo o sistema
doutrinário de Pasqually, organizado inteiramente em Lyon através de:
Willermoz, Saint Martin, Grainville, Savaron e outros e que a partir do
Convento de Wilhemsbad passou a ser adotado igualmente em toda a Alemanha e
resto da França. O título "Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa"
originou-se do nome da Loja "La Bienfaisance", de Lyon, que abrigou
os primeiros cavaleiros.
Com auxílio do Invisível,
Willermoz e Saint Martin adquiriram um lugar de destaque na organização da
Maçonaria Retificada e da Ordem Interior; iniciaram adeptos de toda a França e
Alemanha, porém sabiam que o sucesso não seria fácil, Saint Martin disse à
Willermoz: "o espírito é como o vento, ele sopra quando quer e como quer e
ninguém sabe quem ele é e de onde vem...".
Foi também no seio desta Loja que foram recrutados os membros do Conselho dos Onze que fundaram a Loja Elue et Cherie pela ação do Agente Incógnito, o mensageiro divino esperado desde o tempo de Pasqually.
Foi também no seio desta Loja que foram recrutados os membros do Conselho dos Onze que fundaram a Loja Elue et Cherie pela ação do Agente Incógnito, o mensageiro divino esperado desde o tempo de Pasqually.
Willermoz falava sobre a
iniciação: Aquele que me a transmitiu não é um ser inspirado interiormente, nem
um magnetizador privilegiado, nem um ser versado nas iniciações antigas, que
conhece muito menos que nós.
É um ser que goza de todos os
sentidos ao escrever, que escreve quando lhe fazem pegar na pena, sem saber
nada do que escreverá, nem a quem escreverá. Uma potência invisível, que não se
manifesta a ele senão por diversas partes de seu corpo, toma a mão como se toma
a mão de uma criança de três anos, para lhe fazer escrever o que se deseja. Ele
não pode conduzir a ação, mas pode resisti-la por ato de sua vontade, que então
pára de escrever; ele lê então o que sua mão escreveu e é o primeiro admirador
do que vê, muitas vezes nada compreende de que escreveu, foi prevenido, desde o
tempo que esse dom extraordinário começou a se manifestar nele, que escreveria
coisas que não deveria compreender porque não foram escritas para si, mas para
aqueles a quem elas se destinavam.
O próprio Agente tinha seus
superiores, "as potências celestes superiores ou secundárias" que
dirigiam seus trabalhos e faziam-no escrever. Eram depósitos de conhecimentos
admiráveis, uma doutrina da verdade.
A Doutrina da Verdade ensinava
que Phaleg deveria ser reverenciado como fundador da Maçonaria, no lugar de
Tulbacain. Phaleg teria reagrupado pela primeira vez homens em Lojas. Esta
palavra Loja, ensinou o Agente, teria se originado da palavra primitiva Logos
ou Verbo. O Agente trouxe um reconhecimento divino às Lojas. Lyon tornou-se o
depósito e centro dessa bem-aventurada Luz, que a partir desse local,
propagou-se por toda a Província, pela França e outros países.
Vários Homens de Desejo foram
chamados em presença dos Martinistas de Lyon e se submeteram às formalidades de
Iniciação na nova Ordem.
Saint Martin ajudou Willermoz a
colocar em ordem os Cadernos de Instrução dos irmãos. Entre 1785 e 1787, foram
iniciados várias pessoas, oriundas de inúmeras localidades, a organização dos
círculos de Iniciados em Lyon, recebia a inspiração do Agente, o Superior
Incógnito.
Desde a revelação, no dia 5 de
abril de 1785, Willermoz, com 54 anos de idade, não cessou de trabalhar,
inspirado pelo Agente, procurava suscitar nos corações de seus Iniciados, não
apenas o conhecimento das coisas transcendentais, mas a convicção de que
entravam em uma Loja onde a Luz estava presente e cuja aliança com a Divindade
fazia irradiar dessa Loja a Luz dos últimos tempos sobre todas as nações, e que
os Maçons Retificados de Lyon formavam os elementos do novo templo escolhido.
Em 1793, quando eclodiu a Revolução
Francesa, o terror tomou conta da cidade de Lyon, Virieu desapareceu,
Grainville e o veterano Guilaume de Savaron (irmão de Gaspar de Savaron),
oficiais do exército em Lyon, foram condenados pelo tribunal e fuzilados;
Antoine Willermoz e Bruyzet foram guilhotinados. A obra maçônica de Willermoz
sofreu a perseguição da Revolução, muitos Templos Retificados ou Cohens foram
obrigados a fecharem as portas. O sistema maçônico Retificado dos CBCS passou
para a Suíça, fugindo dos Revolucionários e depois de Napoleão, dando origem ao
Sistema Retificado Moderno, mais tarde esse sistema voltou à França e
recentemente à Alemanha.
Muitos fugiram para a Suíça,
alguns para o campo, o grupo de Iniciados de Lyon ficou praticamente extinto,
Willermoz foi à uma casa retirada onde se reuniam os Iniciados e em dois baús
colocou os arquivos e os trouxe para a cidade, no dia seguinte aquela casa
ficou reduzida a cinzas.
Na casa onde se alojava em
Lyon, caiu uma bomba que atingiu um dos baús, desmanchando-o com todos os
documentos, Willermoz fugiu levando o que restava dos documentos e colocou-os
em mãos seguras; parte deles ficaram com seu sobrinho Jean Baptiste Willermoz
Neveu.
Willermoz, como Périsse, seguiu as funções de caridade em
hospitais e escapou da condenação, ação de seu irmão Pierre-Jaques Willermoz,
médico, foi decisiva para salva-lo da Revolução.
Passada a tormenta
revolucionária, graças aos rituais que havia salvo, Willermoz reorganizou a
Maçonaria Espiritualista, até a morte procurou como objetivo, as práticas da
virtude e da caridade e com que as Lojas e Capítulos fossem centros de seleção
para os grupos de Iluminados.
A primeira parte de sua obra
era clara, a segunda, oculta, Willermoz continuou sua obra sobre a terra, 19
anos após a partida de Saint Martin para o Mundo Invisível (1803), os dois
Adeptos completavam-se, Willermoz destacou-se pelo seu dinamismo e pela
capacidade de organização, usava a Maçonaria como centro de recrutamento para a
Ordem Interior. Saint Martin, mais intelectual, procurava em todos os meios
onde se encontrava, os Homens de Desejo para colocá-los em Sua Senda Interior.
Willermoz escolheu a Maçonaria como base fundamental para preparar o Iniciado e
colocá-lo em condições de marchar na Senda da Luz entre as duas colunas, até
chegar ao Oriente, onde encontrará a coluna invisível que o ligará com a
Divindade.
Para Willermoz, como para Saint
Martin e demais Mestres do Ocultismo Ocidental, a Iniciação Real é um trabalho
eminentemente pessoal, interior.
O Homem ao encarnar ficou com o
espírito por desenvolver a partir de uma centelha espiritual. O receptáculo é a
Alma Humana, a Pedra Bruta que deverá ser transformada e inserida na obra de
construção do Templo Universal, a Jerusalém Celeste das almas regeneradas e
imortalizadas pelo Verbo Divino.
Poucos anos, antes de sua
morte, ele confiou os arquivos à seu sobrinho, seu Iniciado e posteriormente
foram legados à Élie Steel e depois à Papus (1895).
Após sua morte subsistiram
Lojas de seu sistema trabalhando com êxito em toda a França, Alemanha e Itália.
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